A
sexualidade humana implica necessariamente na expressão de valores, emoções,
gênero e é essencialmente histórico e social, ou seja, abrange práticas sociais
e costumes ligados a essas práticas. Existe então, de acordo com cada cultura,
o que é considerado normal em relação à sexualidade e o que não é, e essa
normalidade ainda é vinculada à promessa de felicidade idealizada. Apesar de
vivermos em um momento histórico onde sempre afirmamos que existe uma grande
liberação da sexualidade estamos cada vez mais aprisionados aos valores que
consideramos, de acordo com a nossa cultura, normais ou não, e talvez, nunca
tenhamos tido tanta necessidade de obedecer a esses valores.
Se
a sexualidade em si já é um tabu quando ela envolve algum tipo de deficiência
fica pior ainda. O homem, que sempre viu na sexualidade uma forma de comprovar
toda sua masculinidade, quando se vê deficiente, na maioria dos casos, sente
como se tivesse perdido “seu poder” nas relações sociais e interpessoais. No
caso da mulher, a deficiência atinge sua sexualidade na sua aparência, seu
corpo que sempre foi objeto de erotização, agora está deformado, longe da
perfeição tão necessária nos padrões atuais de normalidade.
A deficiência, assim como a sexualidade,
também é um fenômeno social e justamente por essa valorização exacerbada do
corpo, da alta e rápida produtividade, as pessoas acabam por negar a
deficiência, elas passam a distanciar de si mesmas tudo que as lembre de sua
fragilidade. Se pensar na deficiência já é desafiador, pensar em uma
sexualidade nas pessoas com deficiência é quase absurdo, então as pessoas se
voltam a criação de mitos que permitam que elas não precisem pensar no assunto,
mitos como a assexualidade dos deficientes, ou sua hiperssexualidade, por
exemplo.
Esses mitos descrevem ideias que são tomadas
como gerais a todo deficiente, ou seja, compreender toda a pessoa como
deficiente, e não apenas algo específico ou relacionado a ela. Quando a pessoa
com deficiência passa a ser vista como alguém sem, negligenciam-se os cuidados contra situações de abuso e
se omitem a essas pessoas o direito de acesso a orientação/educação sexual. O
que tem elevado os índices de violência, de gravidez indesejada e doenças
sexualmente transmissíveis.
Sendo assim,
em nenhuma situação há alguém que não seja sexuado, a dessexualização do
indivíduo é social e não fisiológica. Os deficientes sentem prazer sexual como
qualquer outra pessoa e pensar nisso com uma maior normalidade pode levar ao
aparecimento de práticas que ajudem os deficientes a conversar sobre o tema, e
a não sofrerem as consequências do negligenciamento de cuidados.
Equipe:
Bruna do Vale (Psicologia)
Lorena Alencar (Psicologia)
Ravena Moura (Psicologia)
Rebeca Veras (Psicologia).
Bruna do Vale (Psicologia)
Lorena Alencar (Psicologia)
Ravena Moura (Psicologia)
Rebeca Veras (Psicologia).
Gostei de ver o tema tratado nesse blog.
ResponderExcluirSugiro usar a terminologia "pessoa com deficiência".
Valeu!
Hélio