Acreditamos ser o país da diversidade e de
fato, somos! Somos variados e multifacetados em nossas formas de existir; no
entanto ainda não conseguimos, depois de tanto tempo, processar essa
informação. Prova disso é a nossa dificuldade de enxergar o deficiente como
mais uma pessoa que possui a sua própria forma de existir.
imagem/google |
Em 1994, a Declaração de Salamanca, que foi
aprovada na Conferência Mundial de Educação, propôs que houvesse educação para
todos e desse modo, que crianças deficientes fossem matriculadas na escola
regular, iniciando assim, um processo de Inclusão educacional.
Entretanto, pode-se observar que a escola é
feita, elaborada e planejada para os não-deficientes, como poderíamos incluir
um deficiente em um ambiente que descarta a sua forma de existir? Privar a
criança do ambiente escolar, é privá-la de uma parcela cultural que constitui
subjetividade e inseri-la em um espaço que não está preparado para as suas
restrições, significa excluí-la, pois sua autonomia não será desenvolvida, nem
haverá aproveitamento das experiências que o ambiente educacional proporciona.
Falar em inclusão educacional implica em
falar em inclusão social, pois se pensarmos a escola não só como um ambiente de
aprendizagem, mas também de cultura, veremos por que, em nossa sociedade ela é
um ambiente tão valorizado. Um ambiente que não é destinado apenas à aquisição
sistematizada do conhecimento, ou de um lugar de interação social, mas também,
de um ambiente cultural. Vigotsky destaca a importância do
sócio-histórico-cultural, pois estes dão forma ao pensamento e são de extrema
importância no desenvolvimento da criança, já que esta apreende e modifica a
cultura. Assim é através das interações sociais e culturais (já que a escola
apesar de possuir uma cultura própria, está inserida em uma cultura maior - em
concordância com Claudia Lopes da Silva e Maria Isabel da Silva leme (2009))
que o desenvolvimento pode ser promovido. Então podemos concluir que a escola
que não promove a inclusão de forma eficaz estaria barrando o desenvolvimento
pleno da criança com deficiência por não proporcionar um ambiente em que ela
possa interagir socialmente.
Nas práticas educacionais diárias, percebe-se
que incluir educacionalmente restringiu-se a inserir o aluno na instituição
acadêmica, sem levar em consideração suas limitações físicas, sociais ou de
aprendizagem. Todavia, por Inclusão educacional entende-se não apenas a
“inserção do
aluno com deficiência no ensino comum. Trata-se de um conceito amplo que inclui
o respeito às diferenças: individuais, culturais, sociais, raciais, religiosas,
políticas e que entende o indivíduo como ser pleno e com talentos a serem
desenvolvidos”. (LEITE, L. P. SILVA, A. M. MENNOCCHI, L. M.
CAPELLINI, V. L. M. F. A adequação
curricular como facilitadora da educação inclusiva. Psic. da Ed., São
Paulo, 32, 1º sem. de 2011, pp. 89-111)
A partir dessa definição surgem inúmeros
questionamento sobre como proporcionar uma inclusão efetiva, que assegure todos
os direitos dos deficientes no contexto escolar.
Tais direitos serão assegurados quando as
instituições perceberem a importância da formação dos profissionais envolvidos
na pratica educacional. O professor, como mediador do conhecimento deve ser
capacitado, para que consiga entender as limitações dos seus alunos,
propiciando, de tal modo, a aprendizagem efetiva destes.
Além das técnicas educacionais que
proporcionem melhores condições de aprendizagem, não se deve concluir que
incluir é uma responsabilidade apenas do professor, tal processo requer em
enlaçamento de toda a instituição. O diretor, como figura de autoridade dentro
do ambiente escolar, deve, em parceria com todos os profissionais envolvidos,
buscar, planejar e desenvolver ações que permitam a equidade. A utilização de
palestras é útil e necessária ao ser aliada a outros recursos, para a
conscientização dos profissionais e também dos alunos numa tentativa de
promover o respeito a todas as diversidades do existir humano.
Deve-se levar em consideração, ainda, a
importância de profissionais especializados, tradutor de libras no caso de
surdos-mudos, equipamentos adequados como a máquina de
escrever Braille para
cegos, adaptação dos espaços físicos, entre outros.
Conclui-se deste modo, que
falar de inclusão é complexo, pois perpassa por diversas áreas exigindo
integração multiprofissional, investimentos em ações práticas e pesquisas, mas
apesar de todas a dificuldades, existem experiência que dão certo quando há boa
vontade por parte dos profissionais, como é o caso de algumas escolas públicas no estado da Bahia.
(ver vídeo):
SILVEIRA,
K. A ENUMO, S.R.F. ROSA, E. M. Concepções de professores sobre inclusão
escolar e interações em ambIente inclusivo: uma revisão da literatura. Rev.
Bras. Ed. Esp., Marília, v. 18, n. 4, p. 695-708, Out.-Dez., 2012
SILVA, C. L. SILVA, M. I. O Papel do Diretor Escolar na Implantação de uma Cultura Educacional Inclusiva. PSICOLOGIA CIÊNCIA E PROFISSÃO, 2009, 29 (3), 494-511
LEITE, L. P. SILVA, A. M. MENNOCCHI, L. M. CAPELLINI, V. L. M. F. A adequação curricular como facilitadora da educação inclusiva. Psic. da Ed., São Paulo, 32, 1º sem. de 2011, pp. 89-111
SILVA, C. L. SILVA, M. I. O Papel do Diretor Escolar na Implantação de uma Cultura Educacional Inclusiva. PSICOLOGIA CIÊNCIA E PROFISSÃO, 2009, 29 (3), 494-511
LEITE, L. P. SILVA, A. M. MENNOCCHI, L. M. CAPELLINI, V. L. M. F. A adequação curricular como facilitadora da educação inclusiva. Psic. da Ed., São Paulo, 32, 1º sem. de 2011, pp. 89-111
Equipe: Ariane Falcão, Fernanda Brito,
Jésica Silva Brito e Jéssica Avelino.
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