Como de um novo costume fomos ao parque da
cidade caminhar um pouco,
Movimentar um pouco.
Fomos juntos, aliás, estivemos sempre juntos,
desde que me lembro.
Desde que me lembro também ele é incompleto
como eu,
Forte como nenhum outro
Parceiro pra qualquer instante,
meu herói-parceiro não tem uma mão.
Desde que me lembro, somos assim
Parceiros – Heróis – Inspiração.
Parceiros – Heróis – Inspiração.
Como
resultado de uma insistente tentativa de decidir sobre o escrever, resolvi me
ater a um assunto dentro de um tema maior, num contexto excludente e
preconceituoso. Conversaremos sobre três pontos que pretendem discutir a
prática de esporte e pessoas com deficiência no Vale do São Francisco – Brasil.
Tudo
começou com a atleta Fernanda Yara que competia na modalidade regular do
Atletismo mesmo não tendo uma das mãos - retirada numa amputação logo ao seu
nascimento por causa de um mioma - ela treinou por seis anos com o Educador
físico, Pós - graduado em treinamento esportivo Marciano Barros, conquistou
diversos títulos nessa modalidade até que entraram no meio paraolímpico de
competições e de cara ela alcançou o titulo de campeã Brasileira. Já no segundo
ano de competições ela foi convocada para as paraolimpíadas em Pequim 2008, o
que descortinou o potencial que há em treinar atletas com e sem deficiência...
Os dois
parágrafos que seguem são transcrições do depoimento de Marciano, o treinador
que felizmente contabiliza as vitórias dessa equipe de atletas de alto
rendimento, que acumulam vitórias em competições nacionais e internacionais e
despontam como promessas para as Paraolimpíadas de 2016 no Brasil.
Seguindo
na nossa história... “Um de nossos atletas o Josualdo Coelho que competia
regularmente mesmo sendo vidente apenas de um dos olhos, estava perdendo a
visão do outro olho e com 21 anos ele ficou completamente sem enxergar. Como
nós já estávamos trabalhando com o meio paraolímpico, conversamos muito com ele
sobre essa perda, explicamos que isso não o impediria de treinar e competir de
outra forma e três meses depois ele estava competindo como atleta paraolímpico,
nesse mesmo ano conquistou o título de vice campeão brasileiro e terminou o ano
de 2012 liderando o ranking dos 10.000m do mundo! Outro atleta que participa do projeto é o Francisco
Daniel, ele conheceu o projeto a partir de entrevistas dadas para blogs e
comunicação informal, ele veio até o parque Josepha Coelho acompanhado por seu
professor de matemática o Hélio Araujo. Aqui identificamos o potencial dele
para a prática do esporte e hoje ele é o tetra campeão brasileiro dos 800m e
1.500m rasos, foi convocado para o parapanamericano de Guadalajara – México em
2011 voltando para o Brasil com duas medalhas, sendo uma de prata nos 800m e a
outra de Ouro nos 1.500m. Além do Record de atletismo das Américas!”
Este
ano eles competiram na etapa regional em Manaus, do circuito paraolímpico
Nacional de Atletismo, a delegação foi inscrita com 12 atletas e voltaram com
17 medalhas de Ouro das 31 medalhas que Pernambuco obteve. As aproximações dos
atletas com o projeto se dão de diversas formas e nele treinam atletas que
competem nas mais variadas modalidades do esporte
O
projeto começou desde 2002 atendendo à demanda de criar uma associação de
atletismo aqui em Petrolina para legalizar o tempo obtido pelos atletas em
competições. Vinculado ao Atletismo Campeão de Recife, uma associação de apoio
a pessoa com deficiência, o pólo de Petrolina também funciona sem fins
lucrativos com treinos todos os dias das 07:00h às 09:00 da manhã atletas com e
sem deficiência treinam no parque Josepha Coelho. A associação não recebe
recursos federais, estaduais ou municipais, ela capta recursos esporádicos que
custeiam as inscrições as viagens e os materiais utilizados. Para alguns dos
atletas é pago o Bolsa atleta federal ou o Bolsa atleta estadual esses já
sobrevivem da própria prática do Atletismo, o que é o sonho de todo esportista.
Hoje
a equipe tem como objetivo competirem na Olimpíada e Paraolimpíada de 2016 com
quatro paratletas e dois atletas regulares, que morem e treine aqui na região,
a equipe está se preparando desde 2008 para alcançar este objetivo, a cada
estratégia montada para alcançar esse horizonte visualizamos mais e mais
próximo o êxito para alcançar o alvo coletivamente.
Eveline Barreto (Psicologia)
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