A
educação inclusiva é o processo de acolher, manter e promover o desenvolvimento
de pessoas com necessidades educacionais especiais em salas de aula comuns de
escolares regulares.
Um
marco histórico da educação inclusiva foi a Declaração de Salamanca (UNESCO,
1994), estabelecendo que as escolas devem acolher todas as crianças,
independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais,
linguísticas e outras. No Brasil, a lei de diretrizes e bases da educação
nacional nº 9394 de 1996, artigos 58, 59 e 60 torna legitimo o direito das
pessoas com deficiência a educação regular, porém não proporciona a capacitação
dos profissionais.
Dentre
as diversas especialidades da área de Psicologia a formação em Psicologia
Escolar é aquela que lida mais diretamente com estudantes com necessidades
educacionais especiais, porém, pouca atenção tem sido dada à capacitação para
atuar em escolas inclusivas. A
formação de habilidades e competências para a prática de psicólogos escolares
deve ser desenvolvidas com o intuito de favorecer ações gerais de prevenção e
promoção de saúde, voltadas para indivíduos, escolas e comunidade. Assim, ele
pode contribuir para o estabelecimento de ambientes positivos de aprendizagem,
nos quais todos os alunos possam, mesmo diante da diversidade, aprender.
Entretanto,
a formação em psicologia, não tem dado embasamento teórico, nem prático,
suficiente para que o profissional esteja apto para lidar com pessoas com
deficiência. Tomando como exemplo o curso de psicologia da Universidade Federal
do Vale do São Francisco, percebemos que o mesmo, não apresenta em sua matriz
curricular disciplinas que abordem o tema, sendo a única opção uma disciplina
que é ofertada como optativa. As disciplinas que tratam especificamente do
desenvolvimento e da psicologia escolar, não discutem sobre o desenvolvimento
da pessoa com deficiência, suas repercussões no ambiente escolar e a conduta do
psicólogo frente as mesmas. Apesar desse déficit durante a formação, são
realizados estágios profissionalizantes e atividades de pesquisa e extensão
trabalhando com esse tema. Conversamos com um aluno que faz estágio
profissionalizante em uma escola da rede pública, do município de Petrolina, que
tem educação inclusiva.
O
primeiro questionamento foi sobre como é a dinâmica das turmas de educação
inclusiva, na qual ele relatou: “Existem turmas apenas de pessoas surdas,
outras com pessoas com deficiência mental. Há também uma sala de atendimento
especializado, onde ocorrem alguns programas para essas pessoas (Travessia,
Mais Educação). Além da ‘Escola bilíngue para surdos’.”
Ao
perguntarmos sobre a sua experiência como estagiário e se sua formação está
dando suporte para a realização do mesmo ele respondeu: “Está sendo muito boa,
mas a demanda nessa e em outras áreas, na escola, é muito grande.
Principalmente em se tratando de pessoas com deficiência, até muito dos
profissionais que lá atuam não estão totalmente preparados para determinadas
funções. Naquilo que estou desenvolvendo na escola, tem me dado algum suporte
sim, é difícil falar se é o suficiente, o meu estágio na escola não se limita
apenas as pessoas com deficiência. Com essas pessoas faço pequenos trabalhos e
observações. Mas posso dizer, sem dúvida, que se o foco do meu trabalho fosse
apenas com inclusão, a formação na Univasf não daria conta, aprendemos muito
pouco sobre como tratar essas pessoas.”
Tendo
em vista que a psicologia tem como dever ético promover a saúde e a qualidade
de vida das pessoas e das coletividades e contribuir para a eliminação de quaisquer formas de negligência, discriminação, exploração e violência,
percebemos que, muitas vezes, isso não acontece de fato. Pois um profissional de
psicologia que não consegue, ao menos, se comunicar, nem manter uma relação
profissional com o sujeito com deficiência que procura seus serviços, porque
seu processo formativo não lhe preparou para tal situação, nos faz refletir o
tipo de formação que estamos construindo em nossa Universidade e qual a
qualidade dos profissionais que estão sendo lançados no mercado.
Equipe:
Angelina Rodrigues (Psicologia)
Ariane Casé (Psicologia)
Dayana Dayube (Psicologia)
Laisla Suelen (Psicologia)
Stéfhane Santana (Psicologia).
Angelina Rodrigues (Psicologia)
Ariane Casé (Psicologia)
Dayana Dayube (Psicologia)
Laisla Suelen (Psicologia)
Stéfhane Santana (Psicologia).
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