quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

O ACESSO DOS DEFICIENTES AO MERCADO DE TRABALHO


Hoje, um dos maiores problemas que os deficientes enfrentam é a entrada no mercado de trabalho. No Brasil, essa luta está apenas começando. Na Europa e nos Estados Unidos, cerca de 30% a 40% dessas pessoas estão empregadas enquanto aqui o valor se aproxima dos 2%. 

Sabemos que a inclusão dessas pessoas no mercado é deficiente e um dos motivos é o tão falado preconceito. A sociedade geralmente enxerga essas pessoas como improdutivas e as famílias os tratam como eternos bebês. As empresas costumam empregá-los em funções operacionais -  cargos abaixo das suas habilidades, motivo de insatisfação por parte deles, segundo pesquisas - muitas vezes preocupadas apenas com as cotas impostas pelo governo. Geralmente  elas exigem muito desses profissionais - alta qualificação e tempo de serviço em outras instituições, abrindo vagas que depois não são preenchidas para receber a certidão negativa do governo, algo próximo do pensamento: fizemos nossa parte, o problema é que não há profissional qualificado para nossa vaga. 

Na contratação de profissionais com deficiência, os preferidos são aqueles com deficiência ditas leves, como a física, pois geralmente as empresas duvidam da capacidade deles e acreditam que o investimento em aparelhos e reformas para acessibilidade são altos para pouco retorno. O mercado precisa ver o indivíduo na deficiência e não a pessoa como um deficiente. Deficiência não é sinônimo de incapacidade. Graças a Lei de Cotas 8.213/91 está havendo um aumento do ingresso desses profissionais no mercado de trabalho, mas ainda há muito preconceito. O mais difícil é a conscientização da sociedade e a quebra de paradigmas. A pessoa com deficiência no uso de suas aptidões, que não dependem de sua deficiência, é tão ou mais produtiva que qualquer outra pessoa. Deficientes visuais e auditivos, por exemplo, costumam ter um nível de concentração superior ao de pessoas com essas funções sensoriais normais.


Partindo do princípio que o trabalho contribui para a auto-estima, confiança e para determinar o status do ser humano, é um direito de qualquer cidadão, o ingresso nele. Para o deficiente a maior barreira é realmente o preconceito e os complexos de inferioridade que são atrelados a ele. É preciso muita força para enfrentar um mercado tão preconceituoso. 

A gente tem que querer muito voltar à vida de novo, senão você vai ficar em casa. Você não vai fazer nada. Tudo te leva a não querer sair de casa porque é muita discriminação..é em tudo, diz Nely Alves digitadora da AVAPE (Associação para Valorização e Promoção de Excepcionais).

Outro depoimento, relata bem as dificuldades enfrentadas.  Quando vamos procurar emprego na área que fizemos o trabalho de conclusão de curso, as empresas dificultam  a entrada da Pessoa Portadora de Deficiência Motora. O pensamento da empresa que contrata estas pessoas é: será que ele(a) vai conseguir aprender e fazer a tarefa em tempo hábil? diz Luiz Fernando, administrador e deficiente motor. Outros questionamentos:  De que vale o diploma se nós, deficientes motores, não temos o reconhecimento das empresas que nós podemos trabalhar na nossa área? De que vale nós sermos devidamente registrados no respectivo órgão da classe, se não nos dão oportunidade de mostrar o nosso talento? continua Luiz Fernando.


De acordo com a pesquisa do grupo Michael Page, os deficientes questionam muito suas ocupações nos cargos ditos inferiores à sua capacidade. Outra pesquisa revela que 84% deles, ocupam cargos operacionais, e por isso há uma rotatividade constante nas empresas. A pesquisa nos mostra  dados otimistas. É crescente a  busca do crescimento profissional por parte dessas pessoas, visto que, segundo os dados e diferentemente do que muita empresas acreditam, há sim profissionais portadores de deficiência com boa qualificação. Outros dados interessantes são a visão futura através dos investimentos e que o motivo da rotatividade não é necessariamente por questões financeiras, apenas 2% dos entrevistados mencionaram exclusivamente a remuneração como um aspecto primordial para a saída de uma empresa. Isso expressa que boa parte deles buscam uma empresa que os deem condições para produzir - a busca maior é pela realização profissional. 


Hoje, muitas empresas procuram esses profissionais sem exigir tantas experiências e outros pré-requisitos. O mercado está mudando. Elas buscam se enquadrar na Lei das Cotas, que determina a contratação de 2% a 5% de funcionários com deficiência, de acordo com o número de trabalhadores. Este desafio está sendo superado por empresas que aprendem diariamente a localizar, contratar e treinar pessoas com deficiência, além de preparar os seus locais de trabalho e seus funcionários para a atuação em equipe. Deste modo as chances e oportunidades de trabalho se igualam e os diferentes se tornam iguais, fazendo com que possam desenvolver suas aptidões e habilidades, podendo permanecer nas organizações dentro dos critérios de desempenho desejado, cita Renata Menezes.

Referências:


http://www.administradores.com.br/artigos/administracao-e-negocios/a-inclusao-do-deficiente-no-mercado-de-trabalho/67015/

http://www.administradores.com.br/artigos/marketing/a-integracao-da-pessoa-deficiente-no-mercado-de-trabalho-a-dificuldade-para-preencher-as/64213/

http://www.administradores.com.br/noticias/administracao-e-negocios/deficientes-visuais-discutem-acesso-ao-mercado-de-trabalho/33673/

http://www.administradores.com.br/artigos/administracao-e-negocios/o-diploma-e-o-deficiente-motor/30761/

http://www.administradores.com.br/noticias/carreira/pesquisa-84-das-pessoas-com-deficiencia-ocupam-cargos-operacionais/49617/

http://www.administradores.com.br/noticias/carreira/profissionais-com-deficiencia-estao-insatisfeitos-com-cargos-ocupados/45401/

http://www.administradores.com.br/artigos/administracao-e-negocios/inclusao-de-deficientes-conquista-espaco-nas-empresas/54387/

Equipe:

Álef Gustavo Campos da Silva (Administração)
Edpo Do Couto Amorim (Administração)
Gabriel Vaz Galindo Tenório (Administração)
Renato Carvalho Lócio de Albuquerque (Administração)

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