A Universidade Federal do Vale do São
Francisco (Univasf) completa, neste ano de 2013, 9 anos de vida acadêmica, sendo, assim,
considerada uma universidade jovem. Com tal juventude, era esperado que ela
estivesse informada e adaptada para ser um "universo", um lugar para
todos freqüentarem, sejam como estudantes, professores, gestores, demais
funcionários e, claro, toda e qualquer pessoa vinculada ou não a ela; porém,
esta realidade ainda não pode ser vivenciada, uma vez que, sua acessibilidade
está debilitada.
Em uma visita aos campus de
Petrolina-PE (Centro e Ciências Agrárias) e Juazeiro-BA, os três maiores dentre
os 5 existentes, sendo todos recentemente construídos, é visto que a questão de
acessibilidade ainda deixa muito a desejar, pois, de forma geral, a única
medida relacionada a esta questão se da respeito aos cadeirantes, como se essa
fosse a única deficiência que um ser humano pudesse possuir, e mesmo assim, há
falhas que contribuem para que esta "adaptação" não passem de meros
paliativos. A exemplo temos que, em todos os campus, existem os boxs para
cadeirantes nos banheiros femininos e masculinos, bem como as pias mais baixas,
e também as rampas de acesso para os deficientes que necessitam de cadeiras de
rodas, porém, não há uma guia no pavimento (externo e interno) para os
deficientes visuais, muito menos indicações em braile, para os mesmos, com a
numeração e descrição das salas.
No campus de Juazeiro é observado que
a sua pavimentação externa ainda é de paralelepípedos, o que dificulta muito a
locomoção de qualquer pessoa que tenha uma deficiência, sem falar que a rampa
de acesso ao prédio de laboratórios (antigo prédio de colegiados) não é
acessível, pois, além de possuir um desnível ao seu acesso, ainda é, muitas
vezes, obstruída por automóveis que ali estacionam, pois não há uma mera
marcação para identificá-la; o acesso ao andar superior dos laboratórios, pelos
cadeirantes, praticamente não existe, pois há um elevador (antigo elevador de
carga), mas para utilizá-lo é necessário procurar um funcionário que possua a
chave deste para que possa acioná-lo; há também a rampa de acesso aos
pavimentos superiores, presente nos prédios de salas de aula e colegiados, porém,
essa é cansativa mesmo para quem não é cadeirante subir.
Em Petrolina a realidade não é muito
diferente. Apesar de que a pavimentação externa do campus Centro difere muito
em relação a Juazeiro, nota-se que a pavimentação interna repete as mesmas
deficiências: a rampa de acesso gera o mesmo incômodo e essa ainda não dispõe
de barras (corrimões) nas suas laterais, dificultando, ainda mais, o que já é
difícil; nota-se, também, que não há bebedouros mais baixos, para que cadeirantes,
anões ou mesmo crianças possam utilizá-los.
O campus de Ciências Agrárias(CA),
situado a 15 Km do centro de Petrolina, possui uma realidade ainda mais
crítica. O transporte público, que leva os estudantes ao campus, é precário e
não tem adaptações para deficientes; ao chegar ao campus, nos deparamos com
prédios “ilhados” por arreia, impossibilitando a locomoção de cadeirantes e
dificultando a de deficientes visuais por exemplo;
Apesar de que não há conhecimento de
alunos com deficiência (Temporária ou Permanente), nos campus avaliados, não
quer dizer que a universidade não tenha que estar preparada para recebê-los,
afinal por que não ter nenhum aluno, professor ou funcionário com deficiência? E
por que não há a procura da universidade por parte de alunos? Seria o simples
fato deles não se interessarem pelos cursos ofertados no campus ou porque seu
dia a dia no Campus é praticamente impossível?
Enfim, a Univasf, como universidade,
para que possa ser realmente "para todos", deve, primeiro, rever suas
questões de acessibilidade, lembrar que existem diversos tipos de deficiências
e que não são difíceis de serem adaptadas; analisar o que já foi feito e buscar
uma maneira de melhorar ou corrigir as adversidades; em suma, torna-se
"acessível", pois, em sua situação atual, ela restringe ou dificulta
as pessoas a mesmo andarem por ela, tornando-se, assim, o verdadeiro deficiente.
Campus CCA - Bloco de Sala de Aulas |
Campus CCA - Bloco de Laboratórios |
Campus CCA - Saída do Colegiado |
Campus CCA - Biblioteca |
Campus Juazeiro (Bloco de Laboratórios) - Acesso à rampa em desnível |
Campus Juazeiro - Pavimentação em paralelepípedo
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Campus
Juazeiro (Bloco de Laboratórios) - acesso à rampa inadequado
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Campus
Juazeiro (Bloco de Laboratórios) - Elevador
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Campus
Petrolina (Bloco de salas de aula) - Não há guia para deficientes visuais
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Campus
Petrolina (Bloco de salas de aula) - Não há corrimão na rampa
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Baixem aqui seu caderno Brasil Acessível:
http://downloads.caixa.gov.br/_arquivos/assitencia_tecnica/acessibilidade/cad-2.pdf
Equipe: Jean Fonseca, Paulo Leonardo Passos e Renato Campelo.
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