quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

ACESSIBILIDADE NOS CAMPUS DA UNIVASF


A Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) completa, neste ano de 2013,  9 anos de vida acadêmica, sendo, assim, considerada uma universidade jovem. Com tal juventude, era esperado que ela estivesse informada e adaptada para ser um "universo", um lugar para todos freqüentarem, sejam como estudantes, professores, gestores, demais funcionários e, claro, toda e qualquer pessoa vinculada ou não a ela; porém, esta realidade ainda não pode ser vivenciada, uma vez que, sua acessibilidade está debilitada.
Em uma visita aos campus de Petrolina-PE (Centro e Ciências Agrárias) e Juazeiro-BA, os três maiores dentre os 5 existentes, sendo todos recentemente construídos, é visto que a questão de acessibilidade ainda deixa muito a desejar, pois, de forma geral, a única medida relacionada a esta questão se da respeito aos cadeirantes, como se essa fosse a única deficiência que um ser humano pudesse possuir, e mesmo assim, há falhas que contribuem para que esta "adaptação" não passem de meros paliativos. A exemplo temos que, em todos os campus, existem os boxs para cadeirantes nos banheiros femininos e masculinos, bem como as pias mais baixas, e também as rampas de acesso para os deficientes que necessitam de cadeiras de rodas, porém, não há uma guia no pavimento (externo e interno) para os deficientes visuais, muito menos indicações em braile, para os mesmos, com a numeração e descrição das salas.
No campus de Juazeiro é observado que a sua pavimentação externa ainda é de paralelepípedos, o que dificulta muito a locomoção de qualquer pessoa que tenha uma deficiência, sem falar que a rampa de acesso ao prédio de laboratórios (antigo prédio de colegiados) não é acessível, pois, além de possuir um desnível ao seu acesso, ainda é, muitas vezes, obstruída por automóveis que ali estacionam, pois não há uma mera marcação para identificá-la; o acesso ao andar superior dos laboratórios, pelos cadeirantes, praticamente não existe, pois há um elevador (antigo elevador de carga), mas para utilizá-lo é necessário procurar um funcionário que possua a chave deste para que possa acioná-lo; há também a rampa de acesso aos pavimentos superiores, presente nos prédios de salas de aula e colegiados, porém, essa é cansativa mesmo para quem não é cadeirante subir. 
Em Petrolina a realidade não é muito diferente. Apesar de que a pavimentação externa do campus Centro difere muito em relação a Juazeiro, nota-se que a pavimentação interna repete as mesmas deficiências: a rampa de acesso gera o mesmo incômodo e essa ainda não dispõe de barras (corrimões) nas suas laterais, dificultando, ainda mais, o que já é difícil; nota-se, também, que não há bebedouros mais baixos, para que cadeirantes, anões ou mesmo crianças possam utilizá-los.
O campus de Ciências Agrárias(CA), situado a 15 Km do centro de Petrolina, possui uma realidade ainda mais crítica. O transporte público, que leva os estudantes ao campus, é precário e não tem adaptações para deficientes; ao chegar ao campus, nos deparamos com prédios “ilhados” por arreia, impossibilitando a locomoção de cadeirantes e dificultando a de deficientes visuais por exemplo; 
Apesar de que não há conhecimento de alunos com deficiência (Temporária ou Permanente), nos campus avaliados, não quer dizer que a universidade não tenha que estar preparada para recebê-los, afinal por que não ter nenhum aluno, professor ou funcionário com deficiência? E por que não há a procura da universidade por parte de alunos? Seria o simples fato deles não se interessarem pelos cursos ofertados no campus ou porque seu dia a dia no Campus é praticamente impossível?
Enfim, a Univasf, como universidade, para que possa ser realmente "para todos", deve, primeiro, rever suas questões de acessibilidade, lembrar que existem diversos tipos de deficiências e que não são difíceis de serem adaptadas; analisar o que já foi feito e buscar uma maneira de melhorar ou corrigir as adversidades; em suma, torna-se "acessível", pois, em sua situação atual, ela restringe ou dificulta as pessoas a mesmo andarem por ela, tornando-se, assim, o verdadeiro deficiente.


Campus CCA -  Bloco de Sala de Aulas
Campus CCA - Bloco de Laboratórios
Campus CCA - Saída do Colegiado

Campus CCA - Biblioteca
Campus Juazeiro (Bloco de Laboratórios) - Acesso à rampa em desnível

Campus Juazeiro - Pavimentação em paralelepípedo
Campus Juazeiro (Bloco de Laboratórios) - acesso à rampa inadequado

Campus Juazeiro (Bloco de Laboratórios) - Elevador 
Campus Petrolina (Bloco de salas de aula) - Não há guia para deficientes visuais
Campus Petrolina (Bloco de salas de aula) - Não há corrimão na rampa


Baixem aqui seu caderno Brasil Acessível:
http://downloads.caixa.gov.br/_arquivos/assitencia_tecnica/acessibilidade/cad-2.pdf


Equipe: Jean Fonseca, Paulo Leonardo Passos e Renato Campelo.

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